quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Entre o que nos acontece, o que fazemos e o que somos há um caminho a percorrer, um caminho que terá o nosso nome, um caminho povoado de vivências e memórias. A nossa história. Seremos nós capazes de assumi-la? Seremos nós capazes de olhar as nossas próprias sombras, reconhecer os nossos erros, recuperar a esperança depois dos contratempos e das desilusões profundas? Há sempre muitas desculpas para justificar as más escolhas mas que desculpas existem para explicar o que não fizemos, o ter ficado à espera, o ter deixado que tudo à nossa volta fosse acontecendo numa inevitabilidade insuportável? Mesmo quando nada fazemos podemos estar a agir. Escolher não agir é uma forma de se escolher e isso implica consequências. Tudo tem consequências e é impossível fugirmos a elas ou aceitar só as que nos são favoráveis. Se queremos ser livres temos que ser responsáveis e, mesmo que escolhemos abdicar da liberdade, mesmo assim vão exigir de nós responsabilidades. Por isso é preferível assumirmos como verdadeiramente nossos aqueles actos que foram da nossa autoria e não nos limitarmos, tal como as crianças, a sermos confrontados com todo um conjunto de coisas que dizem que fomos nós que as fizemos.Viver a vida com intencionalidade é sempre melhor do que ir vivendo a acaso, ao sabor dos ventos. Assumir a liberdade possível é melhor do que ser escravo de um destino inexorável que transforma a nossa vida num ininterrupto acontecimento.