quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Numa aula virtual, depois de alguma hesitação, um aluno perguntou ao professor: “mas afinal o que é a Filosofia?”. Até esse momento, as aulas, nove ao todo, tinham decorrido normalmente, com o professor a cumprir a sua tarefa e os alunos a tentarem registar nos seus cadernos as palavras difíceis que o professor debitava num ritmo alucinante. Fez-se um silêncio. Os bons alunos temeram que ao professor lhe desse um ataque de fúria. Depois, freneticamente, o Jerónimo, procurou nos seus apontamentos e disse: “A Filosofia é a arte de despertar”. “O quê? – espantou-se a Madalena – a Filosofia é um despertador?”. “De certa maneira – ponderou o professor – os filósofos sempre foram os despertadores entre os homens adormecidos.”. Essa afirmação inquietou a Madalena: “Então os homens estão adormecidos e só os filósofos é que estão acordados?”.”Lembram-se da Alegoria da Caverna de Platão que vos contei numa das primeiras aulas? – perguntou o professor. O Jerónimo preparava-se para repetir palavra por palavra aquilo que o professor tinha contado mas foi interrompido. “Na maior parte das vezes estamos adormecidos nas nossas certezas, nos nossos hábitos, nos nossos longos sonos repousados a que chamamos quotidiano.”. ”Isso é próprio do senso comum – não pode evitar Jerónimo de dizer”. “Isso é próprio de quem tem preguiça de pensar e prefere aceitar o que lhe dizem – completou o professor”. A Madalena não estava ainda satisfeita: “então, stor, a Filosofia obriga-nos a pensar?”. “Essa é uma das suas funções: desafiar-nos a pensarmos pelas nossas próprias cabeças, a correr riscos, a abandonar a seguranças das ideias cómodas e habituais.”. Entretanto a campainha tocou. “Na próxima aula continuaremos a dar resposta à questão – prometeu o professor”.

Um comentário:

Anônimo disse...

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